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Polícia investiga hackers que invadiram TJRS e vazaram dados de processo sigiloso

A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira (12), uma operação contra um grupo acusado de invadir o sistema Eproc do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e expor, em plataformas online, informações sigilosas de um processo envolvendo uma menor de idade.

A ofensiva foi coordenada em cinco municípios: Rio Grande, Pelotas, Arvorezinha e Montenegro, no Estado, e Imbituba, em Santa Catarina. Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas de dois homens, de 20 anos, e dois adolescentes, de 15 e 17 anos.

Segundo a investigação, os adolescentes responderão em liberdade, na Vara da Infância e Juventude de São Leopoldo, por ato infracional equivalente a invasão dolosa de sistema informático, associação criminosa e divulgação de material pornográfico envolvendo adolescente. Já os dois adultos serão processados na 3ª Vara Criminal de São Leopoldo pelos mesmos crimes, além de corrupção de menores.

A origem do caso

A apuração começou em abril, conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo. O ponto de partida foi a informação de que hackers haviam acessado e extraído provas de um processo judicial sigiloso que tratava de um caso de abuso sexual contra uma adolescente de 15 anos.

Essa vítima havia registrado ocorrência na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) local, relatando que um homem de 21 anos, integrante de uma comunidade online, a obrigava a enviar imagens íntimas e a praticar automutilação. Ele foi preso e permanece na Penitenciária Modulada de Montenegro.

Vingança orquestrada da prisão

Mesmo recolhido, o detento teria ordenado que comparsas acessassem o processo em que figurava como acusado. O objetivo seria obter fotos, vídeos e depoimentos da vítima para espalhar o conteúdo na internet, como forma de retaliação.

O material teria circulado em grupos no Discord e Telegram, chegando inclusive a ser enviado diretamente para a adolescente, segundo o delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior.

Os envolvidos demonstram alto nível de conhecimento técnico. Foi uma ação planejada com o único intuito de atingir a vítima e retaliá-la pelo processo que levou à prisão do mandante, disse o delegado.

Dados de servidores como porta de entrada

As investigações apontam que os suspeitos usaram credenciais obtidas em vazamentos anteriores de dados de servidores públicos para acessar tanto o sistema da Justiça quanto páginas da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Esses acessos seriam fruto de ataques cibernéticos anteriores.

Apuração paralela

O mesmo grupo também é investigado em outro inquérito pelo Departamento Estadual de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc). Nesse caso, a suspeita é de que vendiam informações sigilosas extraídas do sistema de consultas integradas da SSP.

Fonte:Kathrein Silva Clic Camaquã

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