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Casal preso por dois anos acusado da morte do filho bebê é inocentado no RS

Um casal de Passo Fundo, na Região Norte do Rio Grande do Sul, foi absolvido na última sexta-feira (22) após passar dois anos preso acusado de matar o próprio filho, Arthur Goulart dos Santos, um bebê de apenas 44 dias. Os jurados acolheram a tese da defesa, que apontou falhas no atendimento médico como causa da morte da criança.

O caso

No dia 31 de maio de 2023, Arthur sofreu um engasgo em casa. Os pais, Luan dos Santos e Tatiele Goulart Guimarães, tentaram socorrer o bebê e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Entrei em desespero. Tentei reanimar meu filho, fiz respiração boca a boca, dei tapinhas nas costas dele e nada. Foram horas horríveis até o Samu chegar, relatou Luan, que trabalha como auxiliar de serviços gerais.

A criança teve uma parada cardiorrespiratória, foi reanimada e internada no Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo, mas não resistiu e morreu dias depois. Como o bebê apresentava lesões no corpo, o hospital acionou o Conselho Tutelar, e a Polícia Civil abriu investigação. O Ministério Público denunciou os pais por homicídio qualificado.

Prisão e julgamento

Luan e Tatiele foram presos preventivamente em 21 de julho de 2023, um mês e meio após a morte do filho. Desde então, aguardaram o julgamento em regime fechado. Durante o júri, a defesa apresentou inconsistências no prontuário médico e nas versões colhidas durante o processo.

A defensora pública Tatiana Kosby Boeira reforçou que houve falhas no atendimento hospitalar. “Essa criança ficou da meia-noite ao meio-dia esperando um leito de UTI. Quando entrou, já estava com morte encefálica. Talvez tenha sido uma sucessão de erros, não estou dizendo que foi intencional.”

O Hospital São Vicente de Paulo, onde o bebê foi atendido, informou que não vai se manifestar sobre os argumentos apresentados pela defesa.

Decisão e reencontro emocionante

O Ministério Público pediu a desclassificação para homicídio culposo, por não ter identificado intenção de matar. No entanto, os jurados decidiram pela absolvição. O MP informou que não deve recorrer.

Luan esteve preso na Penitenciária de Canoas, enquanto Tatiele cumpriu prisão em Guaíba. Ela, que é mãe de outras duas crianças de um relacionamento anterior, passou dois anos sem vê-las. O reencontro aconteceu na sala do júri e emocionou todos os presentes.

O reencontro da mãe com os filhos foi impagável. Foi muito gratificante demonstrar a inocência dela e do padrasto, que era o pai biológico do Arthur, destacou a defensora Tatiana.

Tentativa de recomeço

Agora em liberdade, Luan tenta reconstruir a vida ao lado da esposa.
“Quinta-feira já consegui um emprego, sendo que saí na quarta do júri. Isso mostra que somos trabalhadores, cidadãos de bem. Não fizemos mal algum, principalmente ao nosso filho”, declarou.

Fonte:Clic Camaquã Kathrein Silva

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