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A Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, presidida pelo deputado Zé Nunes (PT), realizou uma reunião na manhã desta quinta-feira (8) para discutir os impactos da presença de javalis em território gaúcho. O foco do debate foi a busca por soluções eficazes para o controle e a regulamentação da caça do javali, que atualmente enfrenta falhas operacionais e legislativas.
O encontro contou com representantes de órgãos estaduais e federais, além de entidades ligadas à suinocultura e ao setor agrícola. O grupo avaliou que a infestação de javalis está fora de controle e exige uma resposta mais coordenada entre os poderes públicos.
A presença crescente dos javalis em áreas rurais do estado já ultrapassa os limites da pecuária. Os animais têm causado prejuízos significativos na produção agrícola, especialmente em lavouras de grãos e tubérculos. Diversos produtores relatam abandono da atividade devido à dificuldade de conter os ataques desses invasores.
Embora os javalis sejam vetores potenciais de doenças como febre aftosa e peste suína, autoridades destacam que, atualmente, o principal impacto é ambiental. A destruição de lavouras, a degradação do solo e os prejuízos financeiros colocam em risco a sustentabilidade das propriedades afetadas.
Técnicos da área sanitária argumentam que as estratégias atuais de controle são insuficientes. Em vez de apenas reduzir a população, é necessário promover ações mais abrangentes que busquem a eliminação sistemática dos javalis. A lentidão nas medidas de contenção agrava o problema e eleva os custos para o setor agropecuário.
Entidades do setor criticam a legislação vigente sobre o manejo e a caça do javali, considerada despadronizada e pouco eficiente. Em outros países, como a Alemanha, o controle da população de javalis é tratado como política pública, com metas definidas e incentivos governamentais. No Brasil, a responsabilidade recai sobre ações voluntárias, o que limita os resultados e aumenta a insegurança entre os produtores rurais.
Além disso, há um consenso de que o javali é mais resistente que o suíno doméstico, o que dificulta ainda mais o manejo e amplia os riscos de disseminação de doenças. O Ministério da Agricultura reconhece o problema, mas ressalta que não tem competência para legislar sobre a caça.
Diante da gravidade do cenário, a Assembleia Legislativa avalia a possibilidade de liderar uma proposta para unificar a legislação estadual sobre a caça do javali. Além disso, foi protocolado um pedido de criação de uma Frente Parlamentar voltada ao enfrentamento da infestação, com o objetivo de buscar modelos de legislação eficazes adotados em outros estados da federação.
O presidente da comissão, deputado Zé Nunes, disse que é preciso unificar a legislação a respeito do combate ao javali e abrir um espaço de diálogo mais intenso com os órgãos federais que tratam da legislação do combate. “Não faltará vontade da Assembleia de tomar a iniciativa, mas sabemos que temos limites”, afirmou.
O deputado Luciano Silveira (MDB), proponente do debate, informou que protocolou um pedido de Frente Parlamentar para tratar do combate ao javali. “Nossa intenção é buscar legislações modelos que estão funcionando em outros estados da federação, também afetados pela proliferação do javali”, informou.
Representantes de entidades como Fetag, Famurs e Farsul também participaram da reunião e reforçaram a necessidade de ações conjuntas, com apoio técnico e político, para enfrentar a proliferação da espécie invasora.
De segunda a sexta-feira, das 7h às 8h, o programa Campo em Dia traz as principais atualizações do agronegócio através do aplicativo da Clic Rádio, Facebook e YouTube do Clic e Rádio Farol FM, de Arambaré.
Assista a entrevista completa com o deputado Zé Nunes nesta sexta (9):
Texto: Pablo Bierhals Clic Camaquã