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CPI das Bets ouve Virgínia Fonseca no Senado

A influenciadora digital Virgínia Fonseca começou a depor nesta terça-feira (13), por volta das 11h, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado Federal. A comissão investiga a influência das plataformas de apostas no orçamento das famílias brasileiras e suas eventuais conexões com crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Virgínia foi convocada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos), relatora da CPI. De acordo com a parlamentar, a presença de Virgínia é necessária pela popularidade e relevância da apresentadora no mercado digital, onde influencia milhões de seguidores em diversas plataformas.

A CPI quer esclarecer ainda possíveis conflitos éticos e a necessidade de regulamentação adequada para o setor.

Virgínia é considerada peça-chave

Com mais de 53 milhões de seguidores no Instagram e contratos milionários com empresas de apostas online, Virgínia é considerada peça-chave para entender a estratégia de comunicação dessas empresas. As chamadas “bets” têm usado figuras populares da internet para atrair novos apostadores.

A influenciadora, que nasceu nos Estados Unidos e é filha de brasileiros, iniciou na internet aos 17 anos e atualmente, com 26 anos, é mãe de três filhos e casada com o cantor Zé Felipe.

O que exatamente é investigado na CPI das Bets

A convocação da influenciadora à CPI ganhou força após uma reportagem da revista Piauí, publicada em janeiro deste ano, revelar os termos do contrato entre Virgínia e a plataforma Esportes da Sorte.

Segundo o texto, ela teria recebido um adiantamento de R$ 50 milhões em dezembro de 2022 e ganharia 30% de tudo o que os apostadores perdessem ao acessarem o site por meio de seu link. Esta modalidade foi informalmente batizada por profissionais do setor como “cachê da desgraça alheia”.

Na prática, se um seguidor perdesse R$ 100 em uma aposta, R$ 30 iriam para Virgínia. O primeiro anúncio da influenciadora para a empresa foi veiculado em janeiro de 2023, por meio de um story no qual ela fazia uma aposta. Segundo a reportagem, a ação atraiu 120 mil novos usuários à plataforma.

Pouco tempo depois, Virgínia encerrou a parceria com a Esportes da Sorte e assinou um novo contrato com a Blaze, no valor de R$ 29 milhões por ano, mantendo o modelo de remuneração baseado nas perdas dos apostadores.

A estratégia de utilizar personalidades de alcance massivo para atrair jogadores não é exclusiva de Virgínia.

A mesma reportagem cita valores recebidos por outras celebridades, como Gkay (R$ 1,4 milhão por mês da Esportes da Sorte), Carlinhos Maia (R$ 40 milhões anuais da Blaze) e Cauã Reymond (R$ 22 milhões da Bateu Bet). Por outro lado, nomes como Ivete Sangalo e Taís Araújo teriam recusado propostas milionárias para promover esse tipo de serviço.

Outros depoimentos

Virgínia Fonseca não é a única figura do meio digital chamada pela CPI das Bets. A comissão também convocou o ex-BBB Felipe Prior, citado em reportagens por ter contrato com a empresa Betsat, que prevê o pagamento de 15% sobre as perdas dos apostadores que se cadastrarem a partir de seus links.

Além disso, os senadores solicitaram ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) relatórios sobre operações financeiras suspeitas envolvendo diversos influenciadores, incluindo a advogada Deolane Bezerra, presa em setembro do ano passado em operação da Polícia Civil de Pernambuco, suspeita de envolvimento com apostas ilegais e lavagem de dinheiro. Em seguida, a advogada foi solta após decisão do TJPE que acatou pedido de habeas corpus encaminhado pela defesa.

Assista a transmissão da TV Senado

Fonte:Pablo Bierhals,Clic Camaquã

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