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O jornalista Henrique Caban morreu na madrugada desta quarta-feira (18), aos 82 anos, no Rio de Janeiro.
Caban era filho de pai polonês e mãe russa, imigrantes judeus que chegaram ao Brasil em meados dos anos 30. Carioca, desde cedo participou de movimentos de esquerda na juventude. Seguiu, o exemplo do pai, que também era militante comunista.
Passou pelas redações dos jornais Última Hora e Jornal do Brasil e participou da equipe de jornalistas que fundou a revista Veja, em 1968.
No jornal O Globo, Caban trabalhou por 27 anos em postos de comando e foi uma figura marcante na história do jornal.
Ao lado do jornalista Evandro Carlos de Andrade, foi responsável pelo processo de reformulação do jornal, com a profissionalização da redação e mudanças na diagramação. Esteve também na fundação da Agência O Globo.
“Eu acho que toda essa ascensão e essa reforma do Globo foram muito marcantes, e me deixam muito orgulhoso de ter participado delas, entendeu?”, disse Caban, em depoimento ao Memória Globo.
No jornal O Globo, Caban trabalhou e fez amigos: “O doutor Roberto [Marinho] foi a pessoa que mais me transmitiu lições”, contou.
Caban trabalhou ao lado de Evandro Carlos de Andrade, diretor de redação de O Globo durante 24 anos e diretor de jornalismo da Globo por 6 anos.
“O Evandro foi uma parceria (…) que me fez crescer muito, que criou uma amizade permanente. O meu irmão morreu, e na realidade o meu irmão ficou sendo o Evandro, com quem eu acabei convivendo, dentro de casa, fora de casa, no trabalho. Ficou uma coisa muito próxima”, disse Evandro.
A partir de 1974, Henrique Caban foi responsável por coordenar as equipes de coberturas de grandes eventos, entre eles as copas do Mundo de futebol. Dedicou-se ao jornal até o começo do século 21, testemunhou o fim dos dias de autoritarismo e a volta da democracia.
Caban deixa duas filhas, Adriana e Isabela, e cinco netos.
Fonte:O globo
