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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral defende urnas eletrônicas e diz que, se Bolsonaro tiver provas de fraude, o TSE vai apurar

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, voltou a defender as urnas eletrônicas. Questionado sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a falar em fraudes e defendeu o voto impresso, Barroso disse que, se houver qualquer comprovação de irregularidade, a Corte vai apurar. Mas, segundo ele, nunca houve provas de fraude desde que as urnas eletrônicas começaram a ser usadas, há mais de 20 anos. Barroso afirmou que o resultado apurado representa a vontade dos eleitores brasileiros.

“Se o presidente ou qualquer pessoa tiver alguma comprovação de fraude, eu diligenciarei para apurar. Sou juiz e lido com fatos e provas Portanto não posso me impressionar com a retórica política que faz parte de um jogo que não me cabe jogar”, disse Barroso em entrevista coletiva após a apuração dos votos do segundo turno da eleição municipal deste ano.

O presidente do TSE disse que Bolsonaro tem o direito de se expressar livremente, mas destacou que o Supremo Tribunal Federal (STF), do qual ele faz parte, já descartou o voto impresso.

“O presidente da República merece todo o respeito institucional, e tem o direito de manifestar livremente sua opinião. O país é livre e democrático. A verdade porém é que o Supremo Tribunal Federal já entendeu pela inconstitucionalidade do voto impresso. E não apenas pelo custo de R$ 2,5 bilhões, mas porque representaria um risco real ao sigilo para o voto. Então objetivamente hoje não existe a possibilidade de voto impresso porque existe uma decisão unânime em sentido diverso”, disse Barroso.

Ele acredita que o voto impresso traria tumulto:

“Eu penso que o voto impresso traria grande tumulto para o processo eleitoral brasileiro, porque todo candidato derrotado ia pedir recontagem, ia haver impugnações, alegações de nulidade e judicialização do processo eleitoral. Portanto considero, aqui é uma opinião pessoal, eu penso que traria um grande tumulto para o processo eleitoral. É mais ou menos como mexer num time que está ganhando.”

Segundo ele, não há como haver fraudes:

“Não há possibilidade de fraudar o sistema. Agora, não tenho controle sobre o imaginário das pessoas. Tem gente que acha que a terra é plana, tem gente que acha que o homem não chegou na lua, tem gente que acha que o Trump venceu as eleições nos Estados Unidos. Esse é o imaginário sobre o qual eu não tenho poder.”

O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que não há ainda informações sobre pessoas com prerrogativa de foro suspeitas de atuarem contra o TSE. Segundo ele, foi enviado um ofício à PF solicitando que, se forem detectados suspeitos nessa condição, como parlamentares, a PGR seja informada para avaliar as medidas cabíveis.

Barroso disse que não houve ataque hacker bem sucedido ao sistema do TSE no segundo turno. Questionado se houve uma tentativa mal sucedida, ele disse não dispor de informações a respeito. Em 15 de novembro, durante o primeiro turno, houve uma tentativa, que não se concretizou, de derrubar o site da Corte. Houve também o vazamento de dados de servidores do tribunal.

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Rolando Alexandre de Souza, disse que a investigação sobre o ataque hacker no primeiro turno ainda está no início e que não poderia dar maiores detalhes.

“Os que sofreram buscas se intitulam anarquistas. Mas, como foi colhido muito material, a investigação vai continuar”, disse o diretor-geral da PF.

Fonte: Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil,  Redação O Sul

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