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Polícia prende líder da facção “Os Manos”, a principal do Rio Grande do Sul

A Polícia Civil prendeu o líder da facção “Os Manos”, a principal do Rio Grande do Sul. O líder da facção, que já teve integrantes presos em Camaquã, foi localizado e preso pela Polícia Civil na Argentina, em ação que contou com apoio de outras forças policiais.

Fábio Rosa Carvalho, conhecido como “Fábio Nóia”, foi preso na noite de sexta-feira (1º), na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina.

A prisão foi feita por agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul em conjunto com a Polícia Federal, forças policiais argentinas e integrantes da Ameripol. O alvo foi capturado enquanto saía de um apartamento no bairro de Caballito e se dirigia a uma barbearia.

Segundo as autoridades, ele não esboçou reação. Imagens divulgadas mostram o momento em que é cercado, algemado e colocado em uma viatura, já usando colete à prova de balas.

Carvalho tem 41 anos e extensa ficha criminal. Ele é apontado como uma das principais lideranças da facção “Os Manos”, considerada a maior organização criminosa do Rio Grande do Sul. A facção tem origem no Vale dos Sinos, mas mantém ramificações em várias cidades, inclusive com atuação já identificada em Camaquã.

Seus antecedentes incluem tráfico de drogas, roubo e homicídios. Em outubro de 2022, ele recebeu o benefício do uso de tornozeleira eletrônica. No entanto, rompeu o equipamento em fevereiro de 2023 e fugiu, tornando-se foragido da Justiça.

Fuga internacional e aliança com o PCC

Após a fuga, a Delegacia de Capturas (Decap) do Deic intensificou as investigações. As apurações revelaram que, inicialmente, ele se escondeu em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde fortaleceu laços com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do país, com origem em São Paulo.

O delegado João Paulo Abreu, diretor do Deic, detalhou à CNN que “Fábio Nóia” passou a desempenhar papel logístico no envio de drogas do exterior para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, atuando como um elo entre o PCC e as facções do Rio Grande do Sul.

Trabalho internacional na operação

Antes de se estabelecer em Buenos Aires, Carvalho passou pela província de Córdoba. Diante disso, três agentes do Deic viajaram à Argentina para executar a operação, em parceria com as forças policiais da capital e da província argentina.

Segundo o Deic, a intenção de Carvalho era seguir para a Venezuela, o que reforçou a urgência na sua captura. Após a prisão, ele foi encaminhado para Córdoba, onde permanece sob custódia à disposição da Justiça. A expectativa é que ele seja expulso da Argentina e entregue às autoridades brasileiras nos próximos dias.

Investigação e captura do foragido

O trabalho de inteligência que resultou na prisão teve início há mais de dois anos. Informações recentes indicavam que Carvalho estaria em Concórdia ou Buenos Aires. Com base nesses dados, no dia 29 de julho, uma equipe da Decap/Deic, coordenada pelo delegado Gabriel Lourenço, seguiu para a cidade de Concórdia, onde realizou diligências com o apoio da polícia local.

Sem sucesso na primeira tentativa, a equipe se deslocou até Buenos Aires, onde confirmou que o alvo estava escondido em um apartamento no bairro Caballito. Após dias de monitoramento, ele foi avistado deixando o imóvel. Foi nesse momento que as forças de segurança agiram, realizando a prisão sem resistência.

Durante a abordagem, não foram encontrados objetos ilícitos com o investigado. A prisão foi considerada emblemática pela Polícia Civil, marcando o desfecho de uma investigação de longa duração, com cooperação internacional.

Delegados destacam importância da operação

O diretor do Deic, delegado João Paulo Abreu, ressaltou que a prisão é fruto de anos de dedicação das equipes de investigação. “Fica o agradecimento a todos que colaboraram na logística da operação e no fornecimento de informações indispensáveis para a localização do alvo”, afirmou.

Já o delegado Gabriel Casanova, titular da Decap/Deic, destacou o empenho dos agentes de segurança ao longo de dois anos de investigação. “Trata-se de uma prisão emblemática para todos da Polícia Civil. Um trabalho qualificado e persistente”, enfatizou.

Coordenador da operação em solo argentino, o delegado Gabriel Lourenço considerou o desfecho um marco no enfrentamento às redes criminosas. “Essa prisão representa a força de ações integradas com unidades internacionais. Mostra que o crime não tem fronteiras, mas a investigação também não”, concluiu.

Fonte: Foto: Polícia Civil, Elias Bielaski, Redação/Clic Camaquã

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